sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Como chegar à uma universalização do ensino médio?


         Garantir uma educação de qualidade  para todos é torná-la universal. Universalizar o ensino é torná-lo comum a todos, garantindo que todos tenha oportunidade de ensino, em idade escolar ou não. A garantia ao direito á educação para todos foi assegurada através de leis, decretos e constituições ao longo dos anos.
          Para se falar em universalização do ensino médio é preciso ter em consideração a retenção de jovens no Ensino  Fundamental, aqueles que estão cursando outras modalidades, como a EJA, os que simplesmente evadiram e, ainda, os que interromperam os estudos simplesmente por não terem em sua cidade escolas que ofereçam o curso.

         Assim o compromisso de universalização e de democratização do Ensino Médio nos impõe o urgente enfrentamento de vários desafios, tais como:
  •  Melhorar as condições de oferta do Ensino Médio noturno para os estudantes trabalhadores que dele precisa; 
  •  Tentarmos entender o porquê de tanta evasão. E procurar solucionar o problema, ou parte dele. 
  • Garantir, por meio de política de renovação e valorização do Ensino Médio, a aquisição de equipamentos e laboratórios (informática, ciências, artes), bem como espaços adequados para a aprendizagem;
  • Oferecer o atendimento às metas que, direta ou indiretamente, se relacionam à população com idade entre 15 e 17 anos;
  • Investir no professor e na escola. Não basta fazer treinamento, capacitação. É preciso garantir melhores salários e  melhores condições de  trabalho.
  •   Estabelecer o quantitativo de no máximo 30 estudantes por turma de Ensino Médio.
  • É preciso fazer do ensino médio algo atraente para que seja desejado por esses jovens. Do contrário, não adianta universalizar porque não haverá procura.
        O debate sobre universalização, nos termos aqui propostos é complexo, já que   envolve muitos desafios e extrema responsabilidade de todos envolvidos no processo, é uma tarefa  que precisa da participação da família e da dedicação dos alunos.

                        Mary Alvarenga 


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Perfil social, cultural e econômico dos sujeitos matriculados no Ensino Médio de sua escola.


         O Centro de Ensino Urbano Rocha possui alunos  de nível social médio e baixo , com idades que variam de 16 a 21 anos, no período diurno e acima de 18 anos   no noturno.  Os alunos atendidos pela escola  são procedentes da comunidade local, outros de bairros mais distantes e da zona rural,  e  geralmente  moram com os pais ou com avós.
        Percebe-se que os alunos que estudam no período  diurno, a maioria,  ainda  não trabalham,  de modo que  aproveitam seu tempo livre, simplesmente, acessando a internet, para diversão,  ouvindo música e assistindo TV. São carentes de  atividades culturais, porém  a maioria demonstram interesse  em ingressar em uma faculdade e concluir um curso superior.
         Constata-se ainda, que há grandes dificuldades de aprendizagens. Isso ocorre pela  falta de perspectiva de vida, falta de disciplina e compromisso com os estudos, falta de valorização do conhecimento como meio de evolução e acréscimo social, etc. As dificuldades de aprendizagem ocorrem também por razões cognitivas como:  pouca habilidade com a leitura e com a escrita, incapacidade de raciocínio, entre outros.
        Sabe-se que os pais ou responsáveis pela educação destes jovens tem que trabalhar, deixando inclusive de participar da vida escolar de seus filhos. Enquanto outros  muitas vezes não se interessam pelos filhos, alegando falta de tempo.
         O que podemos constatar  é que a família deixou de ser parceira da escola. Não há como negar  que a parceria escola e família é a única forma de atingir  resultados satisfatórios no processo educacional.

                      Mary Alvarenga